
Por Hélmiton Prateado
O promotor de Justiça Érico de Pina Cabral, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde, do Ministério Público Estadual, isentou a Prefeitura de Aparecida de Goiânia de responsabilidade para com a superlotação nas unidades de saúde do município. Segundo ele é conhecida a origem da grande maioria de pacientes que superlotam unidades em Aparecida: todos oriundos da Capital porque não encontraram atendimentos em Goiânia.
A manifestação ocorreu depois que foi denunciada superlotação na Maternidade Marlene Teixeira, em Aparecida de Goiânia, que promoveu uma vistoria do Conselho Regional de Medicina de Goiás. A ação resultou na constatação de que a sobrecarga é decorrente da falta de atendimento em municípios de origem, principalmente Goiânia.
“O que está acontecendo é que o atendimento médico em Goiânia está precário como está sendo noticiado todos os dias. Isso tem levado o serviço de saúde de Aparecida de Goiânia a uma super-demanda”, explicou. Érico citou como exemplo o Cais Nova Era está sempre superlotado e a esmagadora maioria é de pacientes de Goiânia e do entorno.

“A UPA Flamboyant, que tem capacidade para realizar até 350 atendimentos por dia tem batido recordes de até 600 atendimentos em um único dia. E se fizer um levantamento será constatado que grande parte dessa demanda exagerada é de pessoas de Goiânia, que não conseguiram atendimento na capital e vão para lá buscando atendimento médico”, frisou o promotor.
Érico lembrou que o SUS é um sistema único e que Aparecida de Goiânia não deixará de prestar atendimentos, mas isso gera uma série de problemas. Um muito sério que já está sendo vislumbrado é a falta de medicamentos e insumos na rede. “A pediatria de Aparecida é feita no Cais Nova Era. Você pode ir lá e constatar a superlotação com grande parte de Goiânia que não consegue atendimento nos setores Novo Mundo e Campinas e acorrem para Aparecida. Isso precisamos discutir e encontrar solução”.
Uma origem desse problema, asseverou Érico de Pina, é que a Secretaria de Saúde de Goiânia não tem atendido a regulação com os municípios do interior. “Há uma contenção de gastos na saúde de Goiânia que gera uma falta de oferta de vagas em UTI, hospitais e até ambulatórios, até de idosos, que estão desamparados porque Goiânia não tem disponibilizado. Sempre ocorre óbitos e já temos procedimentos de investigação. Goiânia não faz nada de graça pra nenhum município. A capital recebe R$ 520 milhões dos municípios do interior para fazer esses atendimentos”, finalizou.